Primera entrada: EL Tigre Blanco


Para nos, ocidentais, A índia se apresenta como aquela terra cheia de misticismo, a Meca de toda religiosidade profunda, aliás conhecer sobre suas misérias e uma modernização que vai deixando uma brecha maior entre classes altas e baixas, temos ainda o sentimento de uma Índia religiosa e moral que tomamos como exemplo para alcançar o mais profundo da purificação de nossas almas.
Nesse imaginário aparece Balram Halwai, o Tigre Branco, para nos dizer que isto não é verdade, que existe um “lado escuro”, um outro lado que ainda não olhamos.
Eu fico pensando: se cada sociedade tem uma cultura, linguagem, visão do mundo próprios, como compreender as ações de Balram sem cair na subjetividade de meu próprio pensamento respeito ao que é correto ou não?
Eu também estou banhada na minha cultura.
Como enxergar sem julgar, sem ter preconceitos?
Desfruto de cada página do livro, de como esta personagem conta de maneira quase autobiográfica “a triste historia de como me fui corrompendo: de como deixei de ser um doce e inocente menino para me converter num homem de cidade, entregado à depravação e a maldade”.
Será o crime uma rebelião para com essa sociedade que parece negar-lhe tudo, ate a própria dignidade? Talvez sim, pois no atraso, na corrupção enquistada na própria sociedade ele encontra as ferramentas para sair da “gaiola” na que mora.
Investigo mais um pouco... A literatura de finais do século XVIII refletiu as mudanças sociais que nesse momento aconteceram (revolução francesa, revolução industrial), autores como Balzac, Victor Hugo, Oscar Wilde ,Charles Dickens, denunciaram as injustiças, a miséria, a marginação, o abuso e a exclusão na que estavam sumidos os povos nesses tempos.
Será hoje o momento de Aravind Ariga, autor do livro, de evidenciar com seu romance o sofrimento do povo indiano, de fazer conhecer através de O tigre Branco a realidade que habita hoje nesse continente, e ficara em nos, com nosso olhar ocidental, compreender e aceitar as dicotomias que nessa sociedade existem.
“seguirei, termina o livro, dizendo que merecia a pena saber, embora seja por um dia só, uma hora só, um minuto só, o que significa não ser um criado”.

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